Meus sentidos

Meus sentidos. Vivo um dia de cada vez, com a alegria de acordar e saber que continuo vendo. Vejo a beleza do mar, vejo o verde das árvores, as cores das flores, o nascer do sol, com todo o seu calor, iluminando o mundo. Vejo a natureza e com toda a sua exuberância, ficando difícil com minhas poucas palavras, dizer, expressar o sentimento e gratidão que sinto.

Ouço os passarinhos, conversando nos ninhos, dizendo que está iniciando o alvorecer. Ouço o netinho dizer: Vovó você é linda, eu te amo. Ouço a orquestra e seus instrumentos fantástico. As músicas e suas letras românticas e melodias sonoros, que confortam meus ouvidos, levando me para o infinito. Ouço a água, na cachoeira, no mar, na torneira e no chuveiro. Na chuva, na nascente pequenina que vai descendo, crescendo, até se tornar um rio. Continua a crescer, correr e muitas vezes chegam a tamanhos assustador.

Sinto o arroma dos perfumes, que retiraram das flores, condicionado em frascos tão pequenos. Ha! e as flores, exalam seus perfumes, que eu os sinto no ar e me remetem ao passado, atravéz de minha memória oufativa pelo aroma sentido. Dama da noite, linda, branca e perfumada. Não tem jeito, lembro de um amor primeiro. Respiro fundo, sorrio me emociono pelo amor perdido.

Sinto no paladar, o sabor das frutas. O sabor da sua boca em um beijo cheio de desejo.Com a boca, exploro todo o universo do teu corpo, te deixando louco. No paladar posso esperimentar todo os alimentos, que podem me fazer bem. Com a boca emito os sons, liberando as palavras. Que podem machucar ou aconchegar, tudo depende do que teu coração, estiver cheio. Pela boca dou o sorriso, e confesso os meus são lindos, são sincero. Dou a gargalhada de achar graça. Quando os olhos choram, a boca responde com um ruído mais sutíl, só para eu saber. Liberando a dor que eu estou sentindo.

O tato, esse tenho muito a dizer: Devido a perda da visão, as mãos estão mais ativas, mais sensíveis. Essas mãos que acariciam, que podem machucar também. As minhas estão só para o bem, para o amor, para as artes e para me ajudar, quando meus olhos não conseguem. Confesso para vocês, que ainda tenho medo ou nojo de colocar minhas mão, em coisas que não consigo saber o que é. Se for melequenta! credo! tiro rápido. Lavo as com mais frequência. Mas, estou aprendendo, mesmo com 17 anos de deficiência visual. Porém a vida é uma evolução constante, então está tudo certo. Continuo aprendendo, evoluíndo eu acho!, mas vivendo um dia de cada vez com gratidão a tudo que estou vivenciando. Como diz uma música: Não importa se sorrio ou se choro, o importante é que emoções estou vivendo. Bel Talarico 10/4/2023